Quando estamos grávidas sempre pensamos nesse assunto,
afinal nossos seios crescem, ficam doloridos e logo a gente já se imagina cheia
de leite amamentando alegremente nosso bebê. Porém, quando estamos com nossos
pequenos nos braços percebemos que nem tudo é tão bonito, nem tão colorido como
pintam por ai. A verdade é que amamentar é um ato de paciência e amor e mesmo
tendo esses ingredientes nem sempre a amamentação é bem sucedida. Vários são os
motivos que podem levar uma mamãe a não conseguir amamentar e um deles, na
minha opinião o mais importante de ser revelado, é o nervosismo. Situações
externas, problemas no parto, parto cesárea, entre outros fatores podem sim
fazer o leite demorar mais para “descer”. Portanto, fique calma! Alguns
hospitais contam com pessoas especializadas para ajudar nessas situações, mas muitos
não têm. Na correria de uma maternidade as enfermeiras acabam não perdendo tempo explicando
para as mães como agir e nem como estimular o seio a ter leite. O encaixe
perfeito do bebê também é fundamental para estimular a produção, além
do que muitos bebês tem preguiça de sugar.
No meu caso, com o primogênito Benício, foi
tudo isso junto: parto complicado, hospital lotado (quando cheguei eu era a
única paciente, já no dia seguinte mais 7 mulheres deram a luz!) e um bebê um
pouco preguiçoso. Para fazer meu filho sugar era necessário segurar o bico do
seio e colocar dentro da boca dele e ai quando desse pra sentir ele sugando os
dedos com força, lentamente eles eram tirados e o bebê conseguia finalmente
acertar a posição da mamada. Nessa hora a ajuda do papai foi fundamental, era
ele quem fazia toda essa manobra (se você não tiver o parceiro por perto
qualquer familiar pode ajudar). Fui embora do hospital sem conseguir amamentar direito
e após 7 dias os familiares começaram a perceber que o bebê estava ficando mais
magro. Corremos para o pediatra e para nosso espanto ele tinha perdido 1 kg. O
normal é um bebê perder cerca de 10% do seu peso nesse período. Ele não estava
mamando direito, e estava se acostumando a quase não comer. Decidi então tirar
meu leite com a bombinha para garantir que ele estivesse protegido e alimentado e ai mais
uma surpresa: eu quase não tinha leite. Entrei em desespero, só conseguia
chorar. Além do mais me sentia culpada por não perceber que ele não estava se
alimentando adequadamente. Comecei a dar leite materno seguido de uma mamadeira com fórmula, no caso Nan. Ele aceitou bem a mamadeira e não deixou de mamar no seio, porém, com o
tempo foi mamando cada vez menos. Aos 5 meses naturalmente ficou apenas com o Nan.Com meu segundo bebê a história foi outra, mas o fim foi o mesmo. Pietro foi amamentado exclusivamente no seio até o terceiro mês, porém não conseguia alcançar o peso adequado para sua estrutura, era um bebê magro.Assim, comecei a alimenta-lo com fórmula , Nestogeno, aos 3 meses de vida. Em poucos dias ele não quis mais saber de se esforçar sugando o peito.
É difícil aceitar que não temos leite o suficiente para
alimentar nossos filhos, e nos sentimos mal, até porque a sociedade cobra isso
da gente. É muito constrangedor ver o comercial do Governo Federal falando
sobre a importância da amamentação exclusiva até os seis meses do bebê, do ato
de amor pelo seu filho. Ninguém lembra de falar das dificuldades que é. Foi
com muito esforço que amamentei meus filhos e ver eles mamando me dava muito
prazer. Queria ter tido o privilégio da amamentação exclusiva materna, mas não
foi possível. E isso não afastou meus bebês de mim, pelo contrário, Benício que desde o início tomou mamadeira é um
fofo, super carinhoso e apegado a mim. E o Pietro também. Então, não fique frustrada quando alguém
na rua te perguntar se o seu bebê mama no peito, se você tem bastante leite ou se seu filho mama bem. Se não se sentir a vontade pra
falar sobre o assunto desconverse. Se você amamentou exclusivamente no peito, que maravilha. Uma coisa é certa Amamentação natural, mista ou artificial é sempre um ato de amor, falta apenas às pessoas conversarem um pouquinho mais sobre isso. Um
beijo